sábado, 18 de agosto de 2018


BOAVISTA PERDE EM CASA COM O BENFICA POR 0-2


O Boavista perdeu em casa com o Benfica por 0-2, com golos de Ferreyra e Pizzi, hoje para a segunda jornada da I Liga Portuguesa de Futebol.

Era perspetivado como o prato forte da 2º Jornada do Campeonato nacional, com um clássico do futebol português, de lotação esgotada. Ambas as equipas entraram a ganhar na primeira jornada, o Boavista em casa do Portimonense por 2-0 e o Benfica no primeiro jogo da presente edição com uma vitória algo suada por 3-2 frente ao Vitória de Guimarães.

Na memória deste encontro para os adeptos e simpatizantes de ambas as equipas, estava o facto de que o Boavista na época passada ganhou na estreia de Jorge Simão por 2-1.

Os adeptos do Boavista reconheceram o enorme esforço que a formação do Boavista teve ao longo do encontro, sendo que a equipa ao longo do jogo continuou sempre a crescer e manteve a personalidade de crença e luta pelo jogo até ao último apito, mas o Benfica conseguiu demonstrar também a sua personalidade e marcou os golos que lhe deram a vitória.

Assim, o futebol ganha e muito com jogos como estes, clássicos de grande estaleca, intervientes que nos puxam pelo coração, que nos levam até aos limites.

Em termos classificativos, com alguns jogos da jornada ainda por realizar, o Benfica está à condição em 1º lugar, com seis pontos e o Boavista fica no 9º lugar também à condição.

O Boavista de Jorge Simão com a mesma equipa que esteve em Portimão, em 4x2x3x1 com: Helton Leite, Carraça, Raphael Silva, Neris, Talocha, Idris (Rafael Lopes 70), David Simão, Rochinha, Fábio Espinho (Rafael Costa 53), Mateus (André Claro 64) e Falcone.

O Benfica de Rui Vitória com a tática do costume em 4x3x3, sem nenhuma novidade com: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Jardel, Grimaldo, Fejsa, Gedson (Alfa Semedo 81), Pizzi, Salvio (Zivkovic 74), Cervi (João Félix 86) e Ferreyra.

O primeiro lance de perigo foi para o Boavista ao minuto 4, com Fábio Espinho a abrir na direita para Rochinha que cruzou de forma tensa para Federico Falcone que apareceu ao segundo poste a desviar e quase fazia o primeiro golo do jogo.

Ao minuto 8, primeira oportunidade para o Benfica, com uma boa jogada por parte de Cervi pela esquerda, a cortar Raphael Silva e a aliviar Mateus, com a bola a desfeitar para um remate forte de André Almeida, para uma boa defesa de Helton Leite.

Apesar de na antevisão Rui Vitória desdramatizar a falta de goleadores na antevisão da partida, faltava porém “killer instinct” ao exército vermelho.

Um excelente jogo que se estava a perspetivar no Estádio do Bessa com duas equipas a lutarem de forma aguerrida, pela bola, sendo que a batalha do meio-campo, mais uma vez essa, foi fundamental para encontrar um maior traquejo na condução de ataques da primeira até à última fase de construção, para ambos os conjuntos.

Pizzi estava marcado pelo meio-campo do Boavista, afinal de contas, é o jogador que desequilibrava e arrastava as marcações da defesa dos “axadrezados” e procurava sempre em profundidade servir os corredores laterais aonde se posicionavam jogadores como Gedson, Salvio e Cervi.

Gedson Fernandes e David Simão travavam batalhas no último terço da área onde estava localizado a baliza onde estava hospedado nestes primeiros 45 minutos, Helton Leite, em que o português quando conduzia a bola à entrada dos últimos 30 metros, era sempre intercetado por David Simão, que travava todas as jogadas com perigo dos “encarnados”.

O flanco esquerdo onde Grimaldo chegava sempre tarde, deixando muito espaço para Rochinha efetuar ataques com a certeza de que conseguir um passe em profundidade, ou um passe açucarado, ou um cruzamento com conta e peso e medida, mas faltava sempre critério para o avançado ala esquerdo português.

Tanto como Idris, como David Simão, como Fábio Espinho, não conseguiam concretizar esses passes que poderiam ser fundamentais para chegar ao golo.

Gedson Fernandes foi considerado por muitos meios de comunicação social como o futuro “menino” do Benfica. Isto não significa que ele possa ter o mesmo sucesso que muitos outros, porque ninguém pode duvidar que há potencial, quando ao minuto 33 fez uma boa jogada de envolvimento.

O Benfica marcou o primeiro golo do encontro à passagem do minuto 35 (1-0).

Foi numa jogada em que o Boavista excedeu na condução da saída para o ataque com Carraça a demorar tanto tempo, Ferreyra luta e luta até conseguir a bola, olha para Helton e percebe onde este está, a pisar o terreno que mais gosta, que é o de estar à frente do guarda-redes, com vários adversários ultrapassados e com boa técnica, com remate cruzado à direita, marcou o primeiro golo do encontro.

Ao minuto 41, Salvio quase que aumentava a vantagem para o Benfica. Passe longo de Pizzi para o argentino, que isolado na cara do guarda-redes do Boavista não evitou a mancha, com uma boa intervenção de Helton Leite.

O Boavista estava a efetuar uma boa partida, com bons entrosamentos e alguns lances capitais, mas faltava descobrir de forma mais certeira encontrar esses espaços concedidos no lado esquerdo pelo espanhol Grimaldo.

Começaram bem os “panteras negras” e definiram uma boa linha de pressão, mas depois perderam um pouco dessa agressividade na condução de bola, quando não conseguia saber como efetuar esses bracejos técnicos e táticos com qualidade.

Ao intervalo, nota para o árbitro Manuel Mota apitar quando o Boavista tinha ganho o seu segundo canto da partida, com o treinador de guarda-redes do Boavista, Alfredo, e o presidente da SAD, Álvaro Braga Júnior, a mostraram algum desagrado junto do árbitro.

No início da segunda parte, outra vez, Salvio ao minuto 48, cruzamento rasteiro de Cervi sobre a esquerda, com o argentino a aparecer a rematar na área e Helton a defender quase que por instinto.

Exibição muito apagada por parte de Fábio Espinho neste encontro, não parecia o mesmo jogador que fez na última jornada uma exibição à altura das suas capacidades.

Ao minuto 56, Vlachodimos teve de se estirar para um livre bombeado por parte de David Simão, que quase marcava o golo do empate.

Os “encarnados” conseguiram chegar ao segundo golo por Pizzi (0-2).

Ao minuto 62, Neris errou um passe e perdeu o duelo com Salvio, que disparou pelo flanco direito. O argentino cruzou atrasado para Pizzi e este rematou rasteiro e colocado, sem hipótese para Helton Leite. Quarto golo para o médio benfiquista, que assinara um hat trick na primeira jornada.

De facto, o Boavista era demasiado curto e a substituição de Mateus por André Claro, teve no âmbito de expandir o ataque e a arriscar tudo para chegar ao golo.

Ao minuto 66, quase que Talocha fazia uma fífia à baliza de Helton Leite, em que após um cruzamento de Cervi, com o defesa a fazer um corte bastante defeituoso e a valer Helton Leite com a defesa do encontro.

Apesar do Benfica estar em vantagem, havia uma má definição no último terço, após a marcação do segundo golo.

Eram bem audíveis as palavras do treinador dos “boavisteiros”, Jorge Simão, que gritava com muita força pelos pulmões, a pedir mais garra, mais agressividade aos seus homens ao portador de bola.

O Benfica começava a gerir mais a posse de bola e ao minuto 89, mais outra grande intervenção de Helton Leite, com um erro incrível de Raphael Silva, o que não é habitual nele, que deixou Pizzi isolado, que na cara de Helton Leite rematou para a defesa do guardião boavisteiro.

Até ao final da partida, não ocorreu mais nenhum lance de grande perigo.

Na próxima jornada o Benfica terá um dérbi de altas emoções com o Sporting, no próximo sábado, às 19h, no Estádio da Luz e o Boavista vai a Santa Maria da Feira jogar com o Feirense, no próximo domingo, às 16h.

A conquista de pontos foi para o Benfica que venceu no Bessa por 0-2.

“Acho que é um desfecho fácil de explicar, o Benfica foi melhor, não há mais a reconhecer do que isso e que humildemente não estivemos bem, mas vincar que estamos num processo de integração de novos jogadores que chegaram agora e que precisam do seu tempo e espaço. Na primeira parte senti que houve algumas situações que soltamos o primeiro passe com muita qualidade, alguma dificuldade aí, no início da segunda parte, foi mais difícil porque desestabilizamos e depois de sofrermos o segundo golo deitamo-nos abaixo”, referiu Jorge Simão, treinador do Boavista.

“Em relação à justiça, até peca pelo defeito, foi uma exibição quase perfeita, acabamos por condicionar essa estratégia, com uma acutilância nossa de grande qualidade, que permitiu que o resultado que peca por escasso. Os golos são importantes para a equipa toda, a felicidade não cai do céu, temos de a conquistar, a verdade é que Ferreyra já merecia um golo, acima de tudo pela qualidade coletiva e pelas dinâmicas do jogo, isso é mais importante do que qualquer individualidade” , expressou Rui Vitória, timoneiro do Benfica.

MVP da partida – Pizzi – A explicação tática para o bom jogo do Benfica, com uma excelente prova do médio português, que está redimensionado à sua forma física, com uma exibição completa e o seu quarto golo no campeonato.



Árbitro: Manuel Mota (AF Braga)

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Fábio Espinho (39), Cartão amarelo para Gedson Fernandes (52), cartão amarelo para Mateus (58), cartão amarelo para Talocha (72),

Assistência: 15.189 espectadores



Diogo Bernardino

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