sexta-feira, 16 de novembro de 2018

PINTO DA COSTA REVELA QUE GOVERNOS OLHAM PARA OS CLUBES COMO “GENTE DE SEGUNDA”



O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, revelou hoje que os governos olham para os clubes como “gente de segunda”, vincou numa entrevista ao canal de comunicação dos ‘dragões’.

“Ouve dizer-se que o IVA das touradas desce para 6%, mas o IVA dos bilhetes de futebol continua nos 23 por cento. Isto é inqualificável. A maioria dos adeptos tem muitas dificuldades para pagar bilhetes. Uma pessoa abastada, que vai as touradas, não se sabe que tenha grandes dificuldades, podem gostar de ver sangue. O futebol mantém-se nos 23%? O povo que pague. Olham para os clubes como sendo gente de segunda", comentou.

Pinto da Costa acrescentou com ironia: “Num país centralista admito que se acelere para se ver o Benfica. Aceito que o Primeiro-Ministro saia a correr para ver o querido Benfica. Ao FC Porto não vem, nunca veio cá nenhum. Se calhar não têm dinheiro para portagens".

"Parece que há clubes que gastam fortunas em advogados. É porque precisam. Quando de repente chega uma fornada de advogados a um clube, a troco de milhões, é porque esse clube está muito doente", referindo-se aos processos judiciais que envolvem o clube da Luz.

Pinto da Costa mencionou que ganhar a Liga dos Campeões é cada vez mais difícil, mas que “alimenta” esse sonho, mas “temos de ser realistas porque estas provas estão feitas para outros clubes”.

"Nós temos os títulos da democracia, outros têm títulos do fascismo e das promessas, embora se esqueçam que o Bella Guttman ainda não fez 100 anos. Nós não podemos contratar por causa do fair play financeiro, mas depois vemos notícias do Paris Saint-Germain e do Manchester City e percebemos que não temos as mesmas armas”, admitiu.

Pinto da Costa disse que era “indiferente” o sítio aonde se ia construir o estádio do Dragão, porque em tempos chegou a haver um projeto para o fazer “fora da cidade do Porto”, o que ia contra a sua vontade, sendo que a sua realização no centro do Porto foi um concretizar de “um grande sonho”.

“Houve um movimento, que eu não aceitei, e houve uma reunião de direção, em que a direção levou como consumado esse facto, de que seria esse nome. Respondi que se eles põem o meu nome no estádio, eu inauguro-o e demito-me. Sou contra que as pessoas, quando estão em cargos de direção, permitam que o seu nome seja colocado em qualquer sítio, seja onde for”, afirmou o presidente dos campeões nacionais.

“No meu gabinete na Torre das Antas, no dia quando o estádio começou a ser demolido, fechei as persianas e nunca mais as abri. Nunca assisti à demolição. Saudades temos do bom passado, mas quando se proporciona condições como a atualmente podemos fazer, faz-se esquecer essa saudade”, relembrou.

Após a inauguração do Estádio do Dragão, o FC Porto venceu 24 títulos, uma Liga dos Campeões, um Campeonato do Mundo de Clubes, uma Liga Europa, nove campeonatos, quatro Taças de Portugal e oito Supertaças.



Fonte da Foto: Global Imagens



Diogo Bernardino  

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