quinta-feira, 6 de setembro de 2018


DOMINGOS BARROS REALIZA BOM TRABALHO


Foi notícia nos meios de comunicação social esta semana de que o Lusitânia de Lourosa, primeiro adversário do Leça na Série B do Campeonato de Portugal iria despedir o seu treinador com apenas quatro jogos decorridos e que veio a confirmar esta segunda-feira.

"O Lusitânia de Lourosa FC vem informar que chegou a acordo com o treinador principal, Luís Miguel Martins, e seu respetivo adjunto, Prof. José Oliveira, para a cessação das respetivas funções", refere a direção do clube de Santa Maria da Feira no seu Facebook.

Para percebermos como isto ocorreu, temos de olhar para as estatísticas. Nestas primeiras jornadas, a formação do Lourosa tinha uma vitória por 3-0 frente ao Leça, dois empates com o Cesarense (0-0), com o Cinfães (1-1) e uma derrota com o Penalva do Castelo (1-2) e tem amealhado cinco pontos e está no 10.º lugar.

Existe em Portugal e no futebol uma estranha mania na frase “Chicotada Psicológica”. Um termo muito adaptado ao Futebolês e que está sempre presente em todas as temporadas nos jornais e nos meios de comunicação espalhados de Norte a Sul.

Esta chicotada serve com o propósito de abanar os jogadores para sair de uma má sucessão de resultados, e que as culpas nunca sejam arcadas por más decisões de outros intervientes, de forma a cumprir aquilo com que se comprometeram as Direções antes do início de cada temporada.

Como sempre, o treinador é descartável, porque digamos que mudar um plantel inteiro como o Lourosa poderia fazer, seria irrealista, visto que investiu muito dinheiro para apetrechar com soluções com bastantes recursos.

Mas, o leitor questiona e muito bem, mas o que tem a ver isto com o Leça. Olhando para a situação atual do clube “leceiro” e comparando com o do Lourosa, verificamos apenas uma pequena mas importante diferença. O Leça tem menos um ponto, está em 12.º e em vez de dois empates, tem duas derrotas.

Infelizmente, há treinadores que tentam sacudir a água do capote e criar bodes expiatórios para arcarem com as culpas dos insucessos. Por muito bons que sejam os seus conhecimentos de ritmo, estilo e ideologia de jogo ou currículo, um par de maus resultados coloca sempre o treinador na corda bamba entre a manutenção por mais um domingo ou a despedida nesse mesmo domingo.

A imprevisibilidade do desporto também traz essas “chicotadas”, mas de nada serve se não der tempo para trabalhar as ideias e coloca-las em prática, de modo a conseguir esses resultados que promovem um estado de espirito de paz dentro e fora das quatro linhas.

Existem algumas más interpretações da palavra “Chicotada Psicológica”. Não existem provas suficientes para refletir se a mudança no barco com outro timoneiro é 100% positiva. 

Por vezes, e na maior parte dos casos, a manutenção até ao fim de uma temporada do mesmo treinador dá mais frutos do que uma mudança que teria de ser planeada a longo prazo e não num curto espaço de dias, quem sabe horas.



Fonte da Foto: Facebook oficial do Leça



Diogo Bernardino

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